quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Cap.3 l parte - Irmão?


― Ele está olhando para nós. Está vindo na nossa direção –disse Ashley toda animada.
Vanessa sentiu a tensão em seu corpo. ― E a cachorrinha de estimação está vindo logo atrás.
Por quê? Vanessa se perguntou. O que Josh teria para falar com ela depois de passar três meses ignorando-a? Em janeiro, entendeu rapidamente que Josh não tinha a intensão de nota-la. E, como se tivessem feito um acordo silencioso, nem ele nem Vanessa falaram nada sobre o fato de que o pai dele iria se casar com a mãe dela. Poucas pessoas sabiam que Josh e Vanessa passariam a morar na mesma casa no começo de abril.
― Oi, Vanessa! – Rachel foi a primeira a falar. Ela tentou se sentar perto de Vanessa, ignorando Ashley e mal olhando para a Beth. ― Acabei de falar para o Josh que sempre me sento ao seu lado na aula de música.
Vanessa olhou para a garota com surpresa. Nunca tinha percebido em que lugar Rachel se sentava.
― Ele disse que nunca ouviu você tocar piano, e eu estava falando para ele como você toca bem.
Vanessa abriu a boca para falar, mas não conseguiu pensar em nada para dizer. Na última vez em que tocou alguma composição sua na sala, tudo o que Rachel fez para mostrar seu interesse foi lixar as unhas.
Foi aí que Vanessa percebeu que Josh estava olhando para ele. Quando ela olhou para ele, este piscou. Vanessa apontou para suas amigas e disse: ― Vocês conhecem Ashley e Beth?
― Não muito – ele disse, sorrindo para as duas.
Ashley estava radiante. Beth olhava para todos com o interesse de uma pesquisadora, o tempo todo clicando sua caneta.
― Sabe de uma coisa, Vanessa? A partir de abril você vai morar bem perto da minha casa – disse Rachel. ― vai ficar mais fácil se a gente começar a estudar juntas agora.
Mais fácil?
― Posso te dar uma carona para escola. È rapidinho da minha casa até a sua.
Rapidinho?
― Talvez a gente possa passar mais tempo juntas?
Mais tempo?
― Então, Vanessa – disse Ashley, piscando exageradamente seus longos cílios. ― Você nunca me contou que era tão íntima da Rachel! Talvez nós todas devêssemos passar mais tempo juntas. Você iria gostar de ir à casa da Rachel, não iria, Beth?
Josh mal conseguiu esconder o riso.
― Devíamos fazer uma noite do pijama, Rachel.
Rachel não pareceu muito entusiasmada.
― Poderíamos falar sobre os rapazes e fazer uma votação de mais bonitão daqui.
Ashley voltou sua atenção para Josh, olhando-o de cima a baixo, prestando atenção em cada detalhe. Ele continuou mostrando que estava se divertindo muito.
― Conhecemos outras garotas, da escola antiga de Vanessa em Norwalk – Ashley continuou de forma animada. Sabia que as garotas da alta sociedade de Stonehill, que iam e voltavam todo dia de Nova York, não tinham nada a ver com as caipiras de Norwalk.
― Elas iam adorar vir até aqui. Assim podemos ser todas amigas. Você não acha que seria muito legal?
― Não, não acho – disse Rachel dando as costas para Ashely.
― Foi muito bom conversar com você, Vanessa. Espero vê-la em breve. Venha, Josh, está muito lotado aqui – disse Rachel aninhando-se debaixo dos braços dele.
Assim que Vanessa voltou sua atenção para a piscina, Josh pegou em seu queixo. Com as pontas dos dedos, virou o rosto dela na sua direção. Estava sorrindo.
― Ingênua, Vanessa – disse. ― Você parece envergonhada! Isso tem acontecido comigo também, sabia? Há muitos rapazes, que eu mal conheço, que de repente passaram a agir como se fossem meus melhores amigos, e estão contando com o fato de poderem me visitar a partir da primeira semana de abril. Por que você acha que isso está acontecendo?
Vanessa deu de ombros. ― Acho que é porque você é uma pessoa muito popular.
― Você é mesmo ingênua! – disse ele. Ela queria que ele parasse de pegar no seu pé. Olhou para a outra arquibancada, onde estavam os amigos dele. Avan Jogia e um outro rapaz conversa vam com Rachel e riam. O “supermaneiro” Austin Butler olhava para ela.
Josh tirou a mão do queixo dela. Saiu balançando a cabeça e foi em direção a seus amigos, seus olhos ainda mostravam o quantos estava se divertindo com a situação. Quando Vanessa voltou sua atenção para a piscina novamente, viu que três rapazes com toucas de borracha e sungas exatamente iguais estavam olhando para ela. Não fazia a mínima ideia se algum deles era Zachary.

                   
                                       ----------------------///------------------------

― Eu me sinto um idiota – disse Zac, dando uma olhada no salão de festas da associação de ex-alunos da faculdade pelo vidro da porta da cozinha. A equipe do bufê estava acendendo os candelabros e verificando as taças de cristal. Na imensa cozinha em que ele e Ryan esperavam, havia várias mesas postas com frutas bem lavadas e diferentes tipos de entradas. Zac não fazia a mínima ideia do que eram feiras aquelas entradas e se tinham de ser servidas de alguma forma especial. Tudo o que pedia era simplesmente que suas taças de champanhe não caíssem da bandeja.
Ryan não estava conseguindo colocar as abotoadoras. A faixa do seu smoking alugado não parava de cair, pois o velcro não estava funcionando direito. Um dos seus sapatos pretos e engraxados, um número menor que o dele, estava amarrado com cadarço roxo improvisado. Ryan era um amigo de verdade, pensou Zac, por concordar com aquela situação.
― Lembre-se, a grana é boa – disse Zac. ― E nós vamos precisar dela para a próxima competição de natação.
― É, se sobrar algum dinheiro depois de a gente pagar pelo prejuízo – reclamou Ryan.
― Vai sobrar tudo – respondeu Zac com confiança. Será que era muito equilibrar uma bandeija por aí? Ele e Ryan eram nadadores. O seu equilíbrio natural foi responsável pelas mentiras sobre sua experiência como garçom durante a entrevista no bufê. Tinha sido muito fácil conseguir esse trabalho.
Zac pegou uma bandeja de prata e a usou como espelho.
― Não pareço um idiota. Estou com cara de idiota.
― Você é um idiota – disse Ryan. ― E é bom ir logo sabendo que não sou tonto para acreditar nessa sua historinha de conseguir dinheiro para a próxima competição de natação.
― Do que está falando?
Ryan pegou um espanador e colocou na cabeça de forma que as suas fibras parecessem cabelos.
― Oh, Zac – disse com a voz em falsete. ― Que surpresa encontra-lo no casamento da minha mãe!
― Cale a boca, Ryan.
― Oh, Zac, deixa essa bandeja para lá e venha dançar comigo – Ryan sorriu passando a mão nos cabelos do espanador.
― O cabelo dela não é assim.
― Oh, Zac, acabei de pegar o buquê da minha mãe. Vamos fugir e nos casar.
― Eu não quero casar com ela! Só quero que ela saiba que eu existo. Só quero sair com ela. Só uma vez! E se ela não gostar de mim, então...
Zac deu de ombros como se não tivesse a mínima importância, como se a maior paixão que já sentira na vida pudesse simplesmente desaparecer do dia para noite.
Oh, Zac, eu vou chutar o seu...
A porta da cozinha se abriu. ― Cavalheiros – disse monsieur Dominique Rocher – os convidados já chegaram e estão prontos para serem servidos. Que sorte a nossa contarmos com a presença de dois garçons tão experientes, disponíveis justamente para nos auxiliar hoje!
― Ele está sendo sarcástico? – perguntou Ryan.
Zac revirou os olhos e eles apressaram-se em ir atrás dos outrs garçons, que já se posicionavam em suas bases.
Nos primeiros dez minutos, Zac preocupou-se em observar os outros garçons trabalhando, tentando aprender a sua função. Sabia que garotas e mulheres gostavam de um sorriso, e fazia uso disso, especialmente quando o caviar que estava servindo saiu voando, como se fosse um peixe bem desenvolvido, indo parar bem no colo de uma senhora.
Perambulou pelo imenso salão de festas, procurando por Vanessa, sempre olhando enquanto os homens de barriga grande continuavam esvaziando suas bandejas. Dois deles passaram por ele resmungando alguma coisa, mas ele nem tomou conhecimento. Seu pensamento estava focado em Vanessa. E se ficasse cara a cara com ela, o que iria dizer? Aceita um croquete de caranguejo? Ou talvez posso sugerir le ballé de crabe.
Sim, isso iria impressioná-la.
Que tipo de pessoas ele tinha se tornado? Por que ele, Zachary Efron, um cara cujo rosto estava pendurado nos armários de centenas de garotas (tudo bem, talvez estivesse exagerando um pouco) precisava impressioná-la? Uma garota que não tinha interesse em ter a foto dele, nem a de mais ninguém, colada em seu armário, pelo que ele podia perceber. Ela passava pelos mesmos corredores que ele, mas era como se vivesse em um mundo totalmente diferente.